Cyro dos Anjos é mineiro de Montes Claros, onde nasceu em 5 de outubro de 1906, falecendo em 04.08.94, no Rio de Janeiro, onde morava. Cursou os primeiros anos escolares em sua terra natal, tendo se formado em Direito em Belo Horizonte, em 1932.
Exerceu, na década de 30, vários cargos na administração do governo do interventor Benedito Valadares. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1946. Lá lecionou Teoria Literária e, ainda, escreveu suas memórias. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, a partir de 1969, na Cadeira que pertenceu a Manuel Bandeira.
Exerceu carreira no funcionalismo público. Veio para Brasília em 1960, onde lecionou na Universidade de Brasília, tendo sido, também Subchefe do Gabinete Civil do Governo de Juscelino Kubitschek, e Ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Foi ainda, membro da Academia Brasiliense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e professor de Estudos Brasileiros, a convite do Itamaraty, na Universidade do México (1952) e na de Lisboa. Membro da Associação Nacional de Escritores, tendo sido seu primeiro Presidente (63 – 65). Hoje, o auditório da ANE tem seu nome.
Cyro dos Anjos era do grupo formado por Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura e Alphonsus de Guimaraens Filho. Recebeu o Prêmio Jabuti de Memória, o Prêmio da Academia Brasileira de Letras de romance e o do PEN Clube de romance. Usou o pseudônimo de Belmiro Borba.
• O Amauense Belmiro romance (1937), traduzido no México e na Itália;
• Montanha (1956), no qual faz uma radiografia ficcional do ambiente político em que os conservadores conspiravam contra Getúlio Vargas;
• Abdias , romance (1945), que é uma espécie de continuação de O Amanuense Belmiro;
• A Criação Literária, ensaio (1959), também publicada em Portugal;
• Poemas Coronários, (1964), escritos depois de seu enfarte, em 1963;
• Explorações no Tempo, (1952);
• A Menina do Sobrado, (1979), que são dois livros de memórias, evocando o passado em Montes Claros e Belo Horizonte, entre outros trabalhos.
Foi casado com Lilita Costa, com quem teve seis filhos.
Participou da antologia Contistas de Brasília, 1965, organizada por Almeida Fischer.